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Agricultora, com muito orgulho

Terça, 25 de Julho de 2023
Agricultora, com muito orgulho

Desde os oito anos, Talita De Costa Tauffer (62) exerce a profissão de agricultora, ou como chamam no interior, “colona”. A primeira tarefa ensinada pelos seus pais Alterio e Corina Reginatto De Costa foi de tirar leite. Ela é natural de Relvado, onde nasceu em casa e de parto normal, sem o auxílio de uma parteira, na casa da família, na Linha Lajeadinho, no interior do município. A família trabalhava com a criação de porcos, vacas e cultivo de uvas. Aos 17 anos se casou com Neville Tauffer (77) e tiveram três filhos: Leandro Tauffer (44), Jovane Tauffer Boni (42) e Oberdan Tauffer (41). Ela é avó de cinco netos: Caroline, Camila, Isabella Maria, Davi Luiz e Francisca.

Na mesma comunidade, o casal construiu a casa onde reside até hoje. Na propriedade, eles possuem suínos, vacas e galinhas. Plantam milho, batata, amendoim, cebola, saladas diversas e aipim. Possuem parreirais e figueira. Produzem torresmo, banha, salames, queijos, manteiga, nata, vinho e, quando é a época, com o figo produz a chimia. “Tem que trabalhar para ter, pois é melhor dar para os outros do que precisar”.

Sua rotina inicia às 5h30min e a primeira atividade do dia é alimentar e ordenhar as duas vacas. Após, trata os bezerros e retorna para tomar café da manhã. Depois, solta os animais e alimenta as galinhas. Logo em seguida, volta para a cozinha para realizar os afazeres domésticos. Produz o queijo, trabalha na horta e ao redor de casa, capinando e limpando. À tarde, dá continuidade aos serviços. Após um longo dia de trabalho, vai descansar.

Quando questionada se enjoa de todos os dias realizar as mesmas atividades, ela revela: “às vezes cansa, mas nós nos acostumamos. É necessário se manter saudável para dar sequência aos trabalhos e fazer os afazeres do dia a dia. É sofrido, mas não me vejo em outra profissão”, relata.

O que Talita mais gosta de fazer é cuidar de suas flores, tirar leite e fazer queijos. Além de ter realizado uma cirurgia para colocação de prótese no joelho esquerdo, e sentir dores na coluna, ela alega que não vai parar tão cedo de trabalhar. A agricultora, apesar da idade avançada, é ativa nas redes sociais e gosta de compartilhar as tarefas do seu cotidiano. “Eu peço ajuda nas postagens para a minha filha Jovane. Assim como posto sobre o que faço gosto de olhar o que os outros estão fazendo”.

A vestimenta não nega a profissão. Crocs ou botina nos pés, calça e camiseta de manga comprida sempre devido à exposição ao sol e chapéu de palha na cabeça. Ela conta que o lado positivo em ser agricultora é que se plantar e manter os animais, consegue todos os tipos de alimentos que deseja, seja de origem animal ou vegetal.

O lado negativo da profissão é que as condições climáticas e a alta nos preços dos produtos podem afetar a plantação e produção de alimentos. “Muitas vezes estamos cansados, mas não tem como deixar de fazer o serviço. Com sol, chuva, calor ou frio, tem que ser todo o dia, não tem fim de semana e feriado. Até podemos ir passear, ir numa festa, mas o compromisso está aí para fazer todo o dia. Já deixei de ir em eventos para ter que fazer o serviço, não dá para todos saírem de casa por causa dos animais”.

Talita recorda de um episódio em que um temporal estragou todo o milho plantado, do qual é produzir a farinha e silagem para tratar os animais da propriedade. “O vento destruiu todo o nosso milho. O tempo afeta muito a produção dos alimentos. Se acontecer muito frio, não nasce bem, a seca mata e a chuva, estraga. É complicado, dependemos do tempo, mas devemos nos acostumar com essas mudanças que podem acontecer”, declara, alegando que é investido muito dinheiro no plantio e muitas vezes não é possível comercializar devido aos estragos. 
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O dia do Colono e Motorista é celebrado na terça-feira (25), dia dedicado a quem produz e transporta. A data foi definida em 1924 durante as comemorações do centenário de vinda dos primeiros imigrantes ao Estado e também é o dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas e viajantes. 

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Texto - Jornal Opinião 
Foto - Aline Dartora 

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