Angélica disputará etapa regional das Paraolimpíadas Escolares, em São Paulo

Angélica Andrieli Streck (14) é aluna da Escola Especial Recanto Encantado, da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), e representará a entidade em São Paulo, entre os dias 5 a 9 de setembro, na fase regional da Paraolimpíadas Escolares. Além dela, outros 56 alunos das Apaes de todo o RS representarão o Estado na competição.
Angélica assegurou a vaga durante o Campeonato Paradesportivo Estudantil do Rio Grande do Sul (Paracergs), realizado no dia 6 de agosto, em Porto Alegre. Ela participou das provas de 250 e 1.000 metros e salto em distância, sagrando-se campeã estadual nas três categorias. Com esse feito, a paradesportista se classificou para competir, em São Paulo, quando ocorrerá a etapa incluindo competidores das regiões Sul e Sudeste. Caso seja classificada, disputará a etapa nacional, que também ocorrerá em São Paulo, no mês de dezembro. Em 2022, Angélica recebeu o título de campeã estadual na prova de corrida, modalidade de 400 metros, nas Olimpíadas das Apaes, realizada em Canoas.
De acordo com a coordenadora da Apae, Gabriela Dalcorso, antes de participar da competição em Porto Alegre, Angélica já afirmava que iria ganhar medalha em todas as categorias. “A ideia era ganhar nas quatro categorias, mas participando de apenas de três, ela assegurou medalha em todas. Ela é muito focada e determinada”, elogiou.
Além de Angélica, também participaram da fase estadual no início do mês os alunos Ariel Renato dos Santos Cardoso (15), Daniela Spelier Scheidt (15), Jessé Samuel Fagundes Muller (13) e Vitória Fagundes Muller (9). Eles competiram na modalidade de atletismo, nas categorias de arremesso de peso, salto em distância, 150m, 250m, 800m e 1000m.
Os jovens estiveram acompanhados do professor e treinador Romulo Klepker e da coordenadora Gabriela. Segundo Klepker, há cerca de um ano e meio a Apae conta com o Projeto de Atletismo Atleta do Futuro. “Iniciamos com o propósito de proporcionar momentos de interação e integração, a fim de levar os alunos para competir”, relata o professor.
Para ele, acompanhá-los foi uma oportunidade única. “São ocasiões que eles não costumam ter, e quando conseguem algum tipo de premiação, é um orgulho. Professores, escola e colegas ficamos felizes em poder abrir portas e mostrar a capacidade de cada um. Prova disso é a Angélica, que agora viajará a São Paulo”.
Segundo a diretora da Apae, Floraci Simone Baseggio, os alunos se sociabilizam e são inseridos na sociedade, sempre quando há o interesse das famílias e condições para que esse processo aconteça. “Na Apae eles fazem a escolarização. Após, quando alcançam uma certa idade, começam a frequentar os grupos na área da assistência social. Logo, os inserimos no mercado de trabalho. Contudo, para a inserção no esporte e no mercado de trabalho sentimos dificuldade, por vezes da própria família em perceber a capacidade que os filhos possuem. Por isso, precisamos de espaço para mostrar o quanto eles podem”, argumenta.
O Paracergs tem por finalidade estimular a participação de crianças e adolescentes estudantes com deficiência física, visual ou intelectual em práticas paradesportivas nas modalidades de natação, atletismo e bocha. O público-alvo são alunos do ensino básico, tanto de escolas públicas, quanto particulares. O evento funciona como seletiva estadual para as Paralimpíadas Escolares 2023. Além dessa competição, os alunos da Apae de Encantado também participam da Olimpíadas das Apaes, etapas estadual, regional e nacional, podendo ainda representar a região na Paralimpíada a nível mundial.
Projeto Atleta do Futuro
O Projeto Atleta do Futuro conta com oito alunos, de oito a 18 anos e tem orientação do professor Romulo Klepker. A iniciativa trabalha com modalidades de atletismo e busca desenvolver a capacidade de cada aluno participante. Para participar, é necessário ser aluno da Apae. “Selecionamos aqueles em que percebemos capacidade de participar nas modalidades em que se encaixam, podendo ser provas de velocidade, além de arremesso de peso, disco e dardo. Posteriormente, eles são inscritos para as provas em que mais se destacam, nas mais diversas competições em que já participaram”, explica.
Os treinos são realizados às sextas-feiras. “Como nosso espaço na escola é muito pequeno, fica difícil trabalhar e reproduzir as provas com distâncias mais longas. O Caminhódromo, o Parque João Batista Marchese e o Clube de Encantado acabaram se tornando nossos espaços para treino, mas depende de como estiver o tempo”, finaliza Klepker.
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Texto - Jornal Opinião
Foto - Divulgação