Assassinatos de indígenas aumentaram 15% no 1º ano do governo Lula

Apesar da intenção do governo federal de restabelecer políticas de atenção aos indígenas, o primeiro ano da terceira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Palácio do Planalto não foi suficiente para reverter o quadro. Essa constatação está presente no relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e divulgado nessa segunda-feira (22).
Os números revelam piora em questões sensíveis, como a quantidade de assassinatos de indígenas no País. Em 2022, foram contabilizados 180 casos; no ano seguinte, o número subiu para 208, ou seja, houve um aumento de 15,5%. O relatório salienta o contexto de subnotificação em anos anteriores, mas destaca que, em 2023, houve pouca melhora, de fato, no que se refere à pauta indígena. O contexto de violência persiste. Isso fica claro, também, nos dados de homicídios culposos, que se mantiveram iguais nos dois últimos anos (17), e de tentativas de homicídio, que subiram de 28, em 2022, para 35 um ano depois.
Entre os Estados com mais casos de assassinatos de indígenas, destacam-se Roraima (47), Mato Grosso do Sul (43) e Amazonas (36). A terra Yanomami, alvo recorrente da ação de garimpeiros ilegais e onde existe um grave contexto de disputa e ameaças à etnia, fica em dois desses Estados (Roraima e Amazonas). O estudo destaca, ainda, entre os homicídios, o caso dos indígenas Pataxó Samuel Cristiano do Amor Divino, de 23 anos, e Nauí Pataxó, de 16, no início de 2023, no sul da Bahia. Esse povo enfrenta um cenário de disputa pela manutenção do próprio território. Os dois foram executados quando saíram para comprar alimentos nas proximidades.
TEXTO – JRT/O Sul
FOTO – Redes Sociais