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EUA veem afronta de Lula após acusar Casa Branca de incentivar guerra

Segunda, 17 de Abril de 2023
EUA veem afronta de Lula após acusar Casa Branca de incentivar guerra

Apesar de se declarar neutro na disputa entre Estados Unidos e China, o Brasil parece ter se alinhado claramente aos chineses e à Rússia. Essa é a percepção – e o receio – de integrantes do governo americano, que alegam que os brasileiros não só não têm prezado pelo equilíbrio em seus posicionamentos, como teriam adotado uma clara oposição a Washington. Em sua visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas aos EUA – disse que o país incentiva a guerra da Ucrânia, atacou a hegemonia do dólar e insinuou que os americanos pressionam o Brasil a boicotar a China. Em seu encontro com Joe Biden, em fevereiro, Lula não usou a Casa Branca como palco para fazer críticas a Pequim ou a Moscou. Os EUA argumentam que Lula e sua equipe de política externa, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial Celso Amorim, adotaram um tom aberto de antagonismo aos EUA. Um dos aspectos mais problemáticos, na visão de Washington, é Lula enxergar os EUA como obstáculo para o fim da guerra na Ucrânia – e a China e a Rússia como os países que vão levar a paz ao conflito. Em Pequim, o petista afirmou que é preciso que os americanos "parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando, por enquanto, aos dois". Também despertou preocupação Lula declarar que Zelenski, presidente do país invadido, "não pode [...] ter tudo", dias antes da viagem à China. Na ocasião, ele também afirmou que "Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia", mas que "talvez se discuta a Crimeia" – o que poderia indicar que, na visão do petista, Kiev deveria abrir mão do território, anexado por Moscou em 2014. Lula também fez questão de visitar a Huawei, gigante de telecomunicações que é alvo de sanções dos EUA. A Casa Branca pressionou a gestão Bolsonaro a barrar a empresa no leilão do 5G no Brasil, mas não conseguiu. Os americanos alegam que ela compartilha dados sigilosos com o governo chinês. Lula disse que a visita à Huawei tinha como objetivo "dizer ao mundo que não temos preconceito na nossa relação com os chineses". "Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore a sua relação com a China", afirmou ele, em Pequim.

TEXTO – José Raimundo Tramontini
FOTO – Agência Brasil

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