Homem que foi preso pelos atos de 8 de janeiro morre em Brasília no presídio da Papuda

Cleriston Pereira da Cunha, detido pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, faleceu na manhã desta segunda-feira (20) no presídio da Papuda, em Brasília. Segundo a administração da unidade prisional, ele sofreu um mal súbito durante o banho de sol. Cunha tinha 46 anos e deixa companheira e duas filhas. Residente no Distrito Federal, Cleriston era réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda ainda não havia sido submetido a julgamento. Acusações: associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. A juíza Leila Cury, responsável pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, informou a morte ao ministro Alexandre de Moraes. O magistrado é o relator no STF das ações decorrentes dos atos de 8 de Janeiro. A defesa de Cleriston da Cunha havia pedido ao Supremo em agosto a liberdade provisória dele. O advogado Bruno Azevedo De Sousa, que assinou o pedido, disse no documento que o preso “possui a sua saúde debilitada em razão da COVID 19, que lhe deixou sequelas gravíssimas, especificamente quanto ao sistema cardíaco”. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou em 1º de setembro de forma favorável ao pedido de liberdade provisória do preso, com a adoção de medidas como uso de tornozeleira eletrônica. Apesar do pedido e do parecer da PGR, decorridos mais de 60 dias, não houve decisão de Moraes sobre o pedido.
TEXTO – José Raimundo Tramontini
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