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Justiça do DF vai julgar ação da deputada gaúcha Maria do Rosário contra Bolsonaro

Terça, 13 de Junho de 2023
Justiça do DF vai julgar ação da deputada gaúcha Maria do Rosário contra Bolsonaro

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli determinou o envio para a Justiça do Distrito Federal de uma ação penal na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu por suposta apologia ao estupro e injúria contra a deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT). O processo é referente a declarações dadas por Bolsonaro em 2014. No entanto, a ação foi suspensa quando ele assumiu a Presidência da República, em 2019. A Constituição impede que o presidente, no exercício do mandato, seja processado por atos anteriores ao cargo. Toffoli atendeu a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Para a vice-procurador-geral Lindora Araújo, como Bolsonaro não tem mais foro privilegiado, o caso deve seguir na primeira instância. Ao determinar o envio da ação para a Justiça do DF, Toffoli citou que o caso ainda está pendente de novas diligências. “Na espécie, ainda pendem de realização o interrogatório do querelado, o eventual requerimento de diligências e a publicação do despacho de intimação das partes para oferecer alegações finais, como apontou a Procuradoria-Geral da República”, afirmou o ministro. A ação se refere ao episódio em que Bolsonaro, quando era deputado federal, afirmou na Câmara e em entrevista que a então colega Maria do Rosário não merecia ser estuprada porque era “muito feia”. Bolsonaro se tornou réu pelo caso em junho de 2016. Ao analisar a denúncia da PGR e a queixa de Maria do Rosário, a Primeira Turma do STF entendeu, por 4 votos a 1, que, além de incitar a prática do estupro, Bolsonaro ofendeu a honra da colega. Na denúncia, a PGR disse que Bolsonaro “abalou a sensação coletiva de segurança e tranquilidade, garantida pela ordem jurídica a todas as mulheres, de que não serão vítimas de estupro porque tal prática é coibida pela legislação penal”. Na época em que se tornou réu, Bolsonaro disse que a declaração dele dirigida à deputada foi um “ato reflexo” e que a sociedade precisava ser informada sobre a verdade dos fatos. “Vou ser realmente julgado pelo Supremo Tribunal Federal, basicamente, por apologia ao estupro. Foi uma retorsão o que eu falei para ela [deputada], foi um ato reflexo. As desculpas que eu peço são para a sociedade, que foi desinformada sobre a verdade dos fatos”, disse o ex-presidente na ocasião. Os atos reflexos são respostas rápidas e involuntárias, independentes de nossa vontade, que o corpo gera diante de determinados estímulos. A previsão constitucional que proíbe que presidentes respondam, no exercício do mandato, por atos anteriores ao cargo é chamada de imunidade temporária aos chefes de Estado e governo. Agora, com o fim do mandato de Bolsonaro, as ações podem ser retomadas.

TEXTO – O Sul
FOTO - Ilustrativa

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