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“Meu primeiro emprego foi no Jornal Opinião”

Segunda, 21 de Agosto de 2023
“Meu primeiro emprego foi no Jornal Opinião”

Aos 14 anos, Nédio Castoldi (65) já sabia qual a carreira que desejava seguir: a de médico. Com essa idade ele estudava e trabalhava visando a carreira de “doutor” que almejava trilhar na vida adulta.

Foi com essa mesma idade, que o hoje médico cirurgião e oftalmologista assumiu a sua primeira responsabilidade como empregado, sendo a redação do Jornal Opinião o seu primeiro emprego. No ano de 1972, Castoldi ingressou no impresso, à época de propriedade de Altamir Gomes. O objetivo era ter alguma renda, a fim de auxiliar a família nos custos com o transporte escolar até o Colégio Castelo Branco, em Lajeado, onde se deslocava diariamente para cursar o Científico, hoje Ensino Médio. “O Científico, à época conhecido como Científico Puro, visava a preparação para o vestibular. Como aqui em Encantado havia apenas o ensino técnico e eu queria cursar Medicina, precisava me qualificar e conseguir competir no vestibular, bastante concorrido, como ainda é hoje”, conta.

Castoldi foi convidado a fazer parte do Jornal Opinião, que funcionava no Edifício Ipê, no Centro de Encantado, por Marilene Pretto (in memoriam), responsável pela revisão gramatical e correção do impresso que circulava semanalmente, às sextas-feiras, como ocorre até hoje. “Um dia comentei com a Mari que precisava de um emprego e ela disse que no jornal estavam precisando de uma pessoa para auxiliar na diagramação. E foi nesta função que comecei no Opinião”, lembra.

Ele conta que a diagramação era completamente diferente dos dias atuais e relata o passo a passo da tarefa. “Datilografávamos os textos e as notícias na máquina de escrever elétrica, que era uma maravilha. Depois, as fotos eram reveladas e coladas na folha de papel offset, que posteriormente era enviada à gráfica do Demétrio Pretto para impressão. Estava pronta uma página do jornal, de uma forma totalmente artesanal e manual”, recorda.

O médico lembra que trabalhava no Opinião duas tardes por semana, no turno inverso ao escolar, e recebia o que equivaleria a meio salário mínimo, nos dias de hoje. Mais tarde, também passou a fazer a revisão do periódico, tarefa até então ocupada exclusivamente por Marilene. “Como sempre gostei de português, de ler e estudava bastante, passei a revisar o jornal. Pontuação, concordância e tempo verbal. Fazia toda a correção, desempenhando a função de copy desk. Claro que tudo era revisado, ao final, pela Marilene”.

Foram dois anos de trabalho no Jornal Opinião, iniciando como diagramador, passando por revisor e, por alguns momentos, como repórter. “Tinha uma câmera fotográfica Canon, que era do jornal. Íamos fazer as pautas com algumas perguntas prontas. Lembro de ir aos jogos do Esporte Clube Encantado (E.C.) e do municipal. Levava a câmera e um bloquinho para anotar tudo. "Àquela época, trabalhar no jornal era uma tarefa muito importante”, conta o cirurgião.

Quanto à imprensa, diz que o bom jornalismo é aquele feito de construção do pensamento, com opinião e análise. “Para construir um pensamento, é preciso sabedoria e conhecimento, e não apenas informação”, opina. E explica: “saímos da sabedoria e migramos para o conhecimento. A minha geração, era a do conhecimento, enquanto a geração de hoje é da informação. Portanto, saímos da sabedoria, migramos para o conhecimento e, posteriormente, para a informação. Mas a informação tem um grande problema, é fugaz, não constrói o conhecimento. Então, precisamos voltar para a era da informação, da formação e da construção do pensamento, do conhecimento e da personalidade”, comenta.

Saiba mais

Nédio Castoldi é diretor da Clínica Castoldi Oftalmologia, empresa com 33 anos de atividades em Encantado. Nasceu no Bairro Santa Clara, onde ainda hoje residem os pais Décio (90) e Deonilda (93).

Cursou Farmácia de 1975 a 1978 e ingressou na faculdade de Medicina em 1979.  Fez especialização em Cirurgia Geral em Porto Alegre. Atuou como plantonista em hospitais de São Leopoldo e Porto Alegre, enquanto fazia a especialização em Oftalmologia no Banco de Olhos, na capital. Ao concluir a qualificação, foi convidado a fundar o Departamento de Neuroftalmologia e Eletrofisiologia Visual no Banco de Olhos, áreas de concentração e, em seguida, coordenar o laboratório que investiga doenças neurais relacionadas à visão no Hospital Mãe de Deus, função que exerce até hoje.

Em 1990 passou a atuar em Encantado, quando trouxe à região a cirurgia de transplante de córneas, procedimento que só era comum nas grandes cidades. O impacto dessa iniciativa foi tão expressivo que fortaleceu a intensão do então secretário estadual de Saúde, Germano Bonow, a implantar a descentralização de especialidades via SUS. Nesse contexto, Encantado recebeu, com apoio regional e empenho importante de personalidades locais,  o Centro Regional de Oftalmologia, coordenado por Castoldi até 2010.

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Texto - Jornalista, Carina Marques/Jornal Opinião 
Foto - Carina Marques 

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