“Supremo tem que deixar Brasil seguir adiante”, diz presidente da OAB

Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes (STF e TSE) e o empresário Elon Musk, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Beto Simonetti, disse que "o Supremo tem que voltar a ser menos proeminente e virar a página, deixando o Brasil seguir adiante". Falando com a imprensa, ele revelou que, "se Deus quiser", a OAB irá se posicionar em breve sobre a regulação das redes sociais, mas antecipou sua posição pessoal. "Eu sou inflexível com relação a isso. Desde que não constitua crime, as pessoas têm que ter a liberdade de expressão garantida. Se você for às redes sociais expressar de forma respeitosa a sua opinião, sem ferir a honra de ninguém, está tudo certo, vamos adiante. A Constituição garante, vamos defender a Constituição", afirmou Simonetti. Em discurso em um evento para jovens advogados, na quarta-feira (10), o líder da OAB foi além no recado ao Supremo. "A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Jamais permitiremos ou apoiaremos que envenenem a nossa democracia sob o bom propósito de curá-la. A OAB e a advocacia do Brasil vão lutar sempre pela certa e pela justa medida", disse. A OAB tem sofrido pressão de diversos setores da advocacia —que discordam de medidas tomadas no Supremo— para que se manifeste a respeito do tema. "Todos nós sabemos que a liberdade exige responsabilidade. Mas não se pode matar a liberdade em nome da liberdade. A OAB jamais permitirá que, em nome da liberdade, que não é absoluta, sabemos todos, haja qualquer absolutismo contra a liberdade de qualquer forma e em qualquer tempo ou em qualquer canto", afirmou na 4ª Conferência Nacional da Jovem Advocacia.
TEXTO – José Raimundo Tramontini/SAS
FOTO – Redes Sociais