Desemprego no Brasil atinge menor índice histórico, com 6,1% no trimestre encerrado em novembro
A taxa de desocupação no Brasil chegou a 6,1% no trimestre encerrado em novembro, marcando o menor índice da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. O recuo foi de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de junho a agosto (6,6%) e de 1,4 p.p. em comparação ao mesmo período de 2023, quando o índice era de 7,5%.
Esse percentual representa 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Nos últimos três meses, 510 mil brasileiros deixaram o desemprego, enquanto a comparação com o mesmo período do ano passado mostra uma redução de 1,4 milhão na população desocupada.
O número de pessoas ocupadas atingiu 103,9 milhões, um recorde histórico. Isso representa um crescimento de 25,8% em relação ao menor patamar já registrado, em agosto de 2020, quando o total era de 82,6 milhões.
No setor privado, o contingente de empregados chegou a 53,5 milhões, enquanto o número de trabalhadores com carteira assinada somou 39,1 milhões. No setor público, o total alcançou 12,8 milhões. O nível de ocupação, que mede a proporção de pessoas com 14 anos ou mais trabalhando, também foi recorde, atingindo 58,8%.
A taxa de informalidade, que engloba 40,3 milhões de trabalhadores, ficou em 38,7%, abaixo do trimestre anterior (38,8%) e do mesmo período de 2023 (39,2%). Já os trabalhadores por conta própria somaram 25,9 milhões, um aumento de 1,8% no trimestre, enquanto o número de empregados sem carteira assinada permaneceu estável, em 14,4 milhões.
A alta na ocupação foi puxada por quatro setores: Indústria (mais 309 mil trabalhadores, alta de 2,4%), Construção (mais 269 mil, alta de 3,6%), Administração Pública, Educação e Saúde (mais 215 mil, alta de 1,2%) e Serviços Domésticos (mais 174 mil, alta de 3%). No total, esses setores adicionaram 967 mil novos trabalhadores no trimestre.
Na comparação anual, o crescimento foi liderado por sete setores, com destaque para Administração Pública e Saúde (mais 790 mil trabalhadores, alta de 4,4%) e Comércio (mais 692 mil, alta de 3,6%). No total, esses setores geraram 3,5 milhões de novos postos de trabalho no último ano.
Por outro lado, a Agricultura, Pecuária e Pesca registrou queda de 4,4%, com 358 mil trabalhadores a menos.
Rendimentos e pesquisa
O rendimento médio real habitual ficou em R$ 3.285, estável no trimestre, mas com alta de 3,4% no ano. A massa de rendimento real atingiu um recorde de R$ 332,7 bilhões, um aumento de 2,1% no trimestre (R$ 7,1 bilhões) e de 7,2% no ano (R$ 22,5 bilhões).
Entre os setores, Transporte foi destaque no trimestre, com alta de 4,7% no rendimento médio, enquanto Comércio (3,9%), Transporte (7,8%) e Serviços Domésticos (3,6%) lideraram os ganhos anuais.
A PNAD Contínua, principal pesquisa sobre a força de trabalho no Brasil, cobre 211 mil domicílios em 3.500 municípios, com informações coletadas trimestralmente por cerca de 2 mil entrevistadores do IBGE. Durante a pandemia, a pesquisa passou a ser realizada por telefone, mas retomou a coleta presencial em julho de 2021.
“O ano de 2024 caminha para recordes no mercado de trabalho, impulsionado pelo crescimento de empregos formais e informais”, destacou Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE.
Texto - César Augusto Husak
Foto - Paulo Pinto/Agência Brasil