Estacionamento rotativo: Zona Azul quer adesão a aplicativo e pagamento em lojas conveniadas
O Grupo Encantado de Comunicação entrevistou Claudinei Barduque, diretor da empresa Zona Azul, responsável pela gestão do estacionamento rotativo em Encantado. Após reunião com a Administração Municipal, ficou definido que haverá uma campanha para que os motoristas utilizem mais o aplicativo e o parquímetro, uma vez que o projeto é não realizar mais a cobrança através dos monitores. De acordo com o representante da empresa, mais pontos de venda serão credenciados em estabelecimentos comerciais de Encantado.
GECom: Qual a avaliação da empresa sobre os primeiros meses do estacionamento rotativo em Encantado?
Claudinei: Começamos dia 18 de fevereiro e logo veio a pandemia. Retornamos de forma precária como todo mercado. Não foi uma experiência tão boa. Mas o serviço se mostrou operacionalmente interessante e plausível a comunidade. Hoje as pessoas tem vaga. Antes era tudo ocupado, no final se privatizava o serviço público. Hoje todos tem direito.
GECom: Qual o principal desafio que vocês enfrentam para instalação deste serviço?
Claudinei: Acertamos com a Administração Municipal uma nova campanha em relação aos parquímetros. Cada um deles custou R$ 30 mil além da manutenção. Eles participam de apenas 3% do faturamento. Eles não estão sendo utilizados. Em Porto Alegre 60% do valor vem dos parquímetros.
GECom: Quer dizer que quase não se usa os parquímetros?
Claudinei: É verdade. Entre todas as formas de estacionar a de menor utilização é o parquímetro. O resto se divide entre pontos de venda, os monitores e aplicativo. A hora que as pessoas se darem conta da facilidade do aplicativo e do débito automático, eles não vão saber de outra coisa. É muito vantajoso.
GECom: Existem muitas críticas sobre o modelo de funcionamento do estacionamento rotativo sobre a falta de monitores nas ruas. A empresa sabe?
GECom: Até sabemos, mas as pessoas precisam estar cientes de que o usuário que entrou no estacionamento rotativo, um espaço regulamentado, tem a obrigação de fazer sua parte: buscar um ponto de venda, procurar o parquímetro ou ter o aplicativo. Ah não tem o menino... Nosso monitor, pela licitação, nem deveria vender os bilhetes. Claro que pela pandemia houve um desequilibro do contrato. Quando a população estava sendo ensinada, veio esta situação.
Temos oito profissionais. Sete na rua. Pretendemos colocar mais duas pessoas Mas o problema é o equilíbrio das contas. Vivemos com 30,40% do que antes. Do planejado pelo município 30%. A população precisa realizar a parte dela que é fazer seu estacionamento. O usuário tem sua obrigação. Até final do mês teremos 20 pontos de venda, são seis parquímetros, sete pessoas na rua e o aplicativo mais moderno do Brasil. O monitor deveria apenas monitorar o carro e não cobrar, mas abrimos esta exceção.
GECom: Até então o contrato tem sido lucrativo para vocês da empresa?
Claudinei: É um contrato. A Administração Municipal nos fez essa pergunta também. Somos uma empresa estruturada, estamos em 20 cidades. Temos experiência e uma tranquilidade financeira para suportar cidades menores no início do serviço. São 10 anos de contrato com possibilidade de renovação para mais 10. Toda empresa que pretende investir em novo negócio tem que ter esta sustentação de alguns meses e até anos. Encantado é mais equilibrada que muitas cidades. É uma economia pujante. Até março estimamos estar em um equilibro de contrato.
GECom: Esses monitores... A tendência é que eles, em um futuro próximo, diminuam ou até deixem de estar nas ruas?
Claudinei: A tendência é que diminuam ou fiquem apenas para monitoramento e orientação. Pelo contrato não somos obrigados a vender pelo monitor. Mas pelo momento e por ser um trabalho que está se adaptando isso foi feito. A tendência é que se utilizasse somente o aplicativo, o parquímetro e os pontos de venda como qualquer outra cidade do Brasil e do mundo.
Texto e foto - Henrique Pedersini

