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Mulher com deficiência contrata profissional para fazer sexo

Quarta, 10 de Mai de 2023
Mulher com deficiência contrata profissional para fazer sexo

Enquanto estava em isolamento em sua casa, na Austrália, devido à pandemia de Covid-19, Melanie fez uma promessa a si mesma: assim que tivesse permissão para sair novamente, ela contrataria um profissional do sexo, faria sexo pela primeira vez e acabaria com as ansiedades que havia desenvolvido em torno do amor e da intimidade como uma pessoa com deficiência. A sugestão havia partido da assistente social que auxilia Melanie. Enquanto se isolavam juntas, Tracey (nome fictício) fez uma massagem em Melanie. Ninguém havia tocado em Melanie antes de forma não médica e, aos 43 anos, ela percebeu que queria mais. Tracey lhe revelou que já havia sido prostituta e pensou que pagar por sexo poderia ser uma opção para Melanie.

"Abriu meus olhos para o fato de que talvez eu pudesse experimentar isso", diz Melanie à BBC. Melanie encontrou uma agência de acompanhantes online, na qual um perfil de um homem chamado Chayse chamou sua atenção. Ela marcou um horário e foi até o apartamento dele para a primeira sessão. "Quando saí da cadeira de rodas e Tracy me deixou ali, éramos apenas nós dois. Não tinha ideia do que estava acontecendo." Melanie usa cadeira de rodas desde os três anos. Ela foi diagnosticada com inflamação da medula espinhal – uma condição conhecida como mielite transversa. A doença a deixou com paralisia nas pernas e movimento limitado nos braços. Na vida adulta, ela tem auxiliares para ajudá-las nas tarefas diárias.

Melanie morou e trabalhou no Japão. Atualmente, é editora de vídeo. Ela diz que nunca teve um relacionamento. "Deixei a vida me levar, nunca busquei por isso", diz. Namorar e se abrir para os outros pode parecer intimidante, e o mundo nem sempre reconhece as pessoas com deficiência como seres sexuais.

Do ponto de vista legal, não havia problema. No estado da Austrália Ocidental, onde Melanie vive, embora seja ilegal realizar trabalho sexual nas ruas ou administrar um bordel, o ato de prostituição não é contra a lei e as agências de acompanhantes são legais. Isso difere de outros estados do país, como Victoria, Nova Gales do Sul e o Território do Norte, que descriminalizaram por completo o trabalho sexual. No Brasil, a prostituição é uma ocupação profissional reconhecida pelo Ministério do Trabalho desde 2022, enquanto praticada por adultos.

Quando Melanie chegou ao apartamento de Chayse, teve um choque de realidade. "Sabia que não tinha nenhuma experiência e me senti pressionada porque tinha um especialista na minha frente." Mas, à medida que o encontro se desenrolou, Melanie ficou mais calma. "Sou uma especialista em deficiência e Chayse não tinha ideia. Acabamos rindo da ignorância e ingenuidade um do outro. Duas horas depois, ficamos melhores amigos."

"Foi a primeira vez que fiquei nua na frente de um homem, fora de um hospital", diz ela. Chayse, que já trabalhou com pessoas que sofreram traumas, diz que "criar um espaço seguro e acolhedor onde ela está no controle" é sua principal prioridade. Melanie e Chayse estão se encontrando desde janeiro, mas não se trata apenas de uma solução rápida e sexo. Além de manter relações sexuais com Melanie, Chayse também tem conversado com um coach de namoro para ver como ele pode ajudar Melanie a navegar nessa seara e ajudá-la a construir conexões românticas com outras pessoas.

TEXTO - BBC NEWS BRASIL
FOTO - Divulgação

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