Depois de mais de seis décadas dedicadas ao canto coral, o maestro Gil de Roca Sales faleceu, aos 91 anos, deixando um importante legado: a arte está no detalhe. E foram muitos, e foram lindos. Cada detalhe dos arranjos e composições de sua vasta obra emocionou uma legião de fãs e serviu de referência para artistas de todo o mundo. Considerado um marco da cultura coral brasileira, o maestro recebeu premiações nacionais e internacionais, além de representar o país em festivais de coros pela Europa e América.

Formado em Filosofia, Teologia e Canto Gregoriano, Gil de Roca Sales musicou milhares de canções, gravou mais de trinta discos e regeu vários grupos vocais, entre eles o Coral dos Capuchinhos, Coral Banrisul, Coral Massolin de Fiori e Madrigal de Porto Alegre. A dedicação ao universo do poetinha do Hotel Majestic foi um capítulo à parte: Gil musicou quase cem poesias de Mario Quintana, entre elas “O Mapa” – uma linda homenagem às ruas de Porto Alegre. Em 2017 e 2019, inspirou o “Festival de Música Coral Renascentista Gil de Roca Sales” (FEMCOR), que contou com a participação de dezenas de coros do Brasil e também do exterior.

Por onde passou, Gil encantou com sua ternura, sabedoria e olhar generoso. Até o fim da vida, dedicou seu talento para escrever e divulgar a música coral. Ele faleceu na tarde desta segunda-feira (15) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com a atenção e a delicadeza de médicos, amigos e familiares. Os atos fúnebres ocorrem nesta terça-feira (16), das 7h às 17h, na sala 3 do Crematório Metropolitano.

TEXTO – José Raimundo Tramontini
FOTO – Redes Sociais