Moradores levam mais de 50 corpos à praça após operação mais letal da história do Rio de Janeiro
Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram mais de 50 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, entre a noite de terça (28) e a madrugada desta quarta-feira (29), um dia após a operação policial mais letal da história do estado.
Segundo informações divulgadas pelo G1 e pelo UOL, os corpos foram retirados de uma área de mata na Serra da Misericórdia, onde ocorreram intensos confrontos entre as forças de segurança e grupos armados.
O governo do Rio de Janeiro informou nesta terça (28) que 64 pessoas foram mortas, sendo 60 suspeitos e 4 policiais, durante a operação nas comunidades da Penha e do Alemão. Entretanto, as vítimas levadas pelos moradores não estão incluídas na contagem oficial, conforme confirmou o comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, em entrevista à TV Globo.
Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros atuam no local para auxiliar na retirada dos corpos. Segundo o G1, a Polícia Civil fará perícia para identificar se as novas mortes têm relação com a operação, o que pode elevar o número total de vítimas para mais de 100.
O atendimento às famílias para reconhecimento oficial das vítimas ocorre no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), que foi fechado para outros atendimentos. As demais necropsias serão realizadas no IML de Niterói.
De acordo com o governo estadual, a Operação Contenção teve a participação de 2.500 agentes, prendeu 81 suspeitos, e resultou na apreensão de 75 fuzis e mais de 200 quilos de drogas.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), solicitou à União dez vagas em presídios federais de segurança máxima para transferir presos de alta periculosidade que lideram organizações criminosas no Estado.
A ação superou o número de mortos registrado no Jacarezinho em 2021, que havia sido a mais letal até então, com 28 óbitos.
Fonte: g1 e UOL, atualização até às 9h desta quarta-feira (29)
Texto - César Augusto Husak
Foto - Raull Santiago/Arquivo pessoal

