
O motorista Arilton Bastos Alves, envolvido no trágico acidente que resultou na morte de 39 pessoas em Teófilo Otoni (MG), em dezembro, foi preso nesta terça-feira (21), no estado do Espírito Santo. Após o acidente, exames toxicológicos revelaram a presença de diversas substâncias em seu organismo, incluindo cocaína, ecstasy, MDA (metilenodioxianfetamina), alprazolam (usado no tratamento de ansiedade) e venlafaxina (antidepressivo).
A Justiça determinou a prisão preventiva de Alves, que havia fugido do local logo após o acidente e, na época, foi liberado ao se apresentar voluntariamente à polícia. A investigação apontou várias irregularidades que contribuíram para a tragédia.
O acidente ocorreu na madrugada do dia 21 de dezembro e envolveu três veículos: um ônibus que transportava passageiros, uma carreta carregada com blocos de granito e um automóvel. Segundo o relatório oficial, a carreta trafegava a 132 km/h, 52 km/h acima do limite permitido de 80 km/h na rodovia. Além disso, foi constatado que o veículo estava com sobrepeso na carga e que o motorista conduzia sob efeito de drogas.
A principal causa do acidente foi atribuída ao tombamento do semirreboque da carreta, que provocou o desprendimento de um bloco de granito de várias toneladas. O bloco atingiu o ônibus que passava pelo local, resultando em dezenas de mortes e ferimentos graves.
Além dos fatores técnicos, a decisão judicial destacou a imprudência do motorista, incluindo a violação das normas de trânsito e a negligência no transporte de uma carga tão pesada sem as devidas precauções. A tragédia mobilizou equipes de resgate por várias horas e gerou comoção nacional.
Alves, agora sob custódia, responderá por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), agravado pelas circunstâncias do caso, além de outras possíveis infrações relacionadas à sua conduta no dia do acidente.
TEXTO – José Raimundo Tramontini
FOTO – Corpo de Bombeiros Militar/MG