Ex-prefeito e atual secretário estadual é alvo de ação da PF no Vale do Taquari
A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), desencadeou na manhã desta terça-feira (11) a Operação Lamaçal, destinada a apurar o suposto desvio de recursos federais do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) repassados ao município de Lajeado após a enchente de maio de 2024.
Um dos alvos da ação é Marcelo Caumo (União Brasil), prefeito de Lajeado entre 2017 e 2024 e atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do governo do Rio Grande do Sul. As investigações focam contratos assinados durante sua gestão, firmados emergencialmente após a enchente.
Ao todo, a PF cumpriu 35 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A operação também determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 4,5 milhões em ativos e o sequestro de 10 veículos. As diligências ocorreram em Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
O inquérito apura suspeitas de irregularidades na contratação, sem licitação, de uma empresa terceirizada para fornecer serviços de psicologia, assistência social, educação social, apoio administrativo e transporte. A justificativa apresentada na época foi o estado de calamidade pública decretado após a enchente de 2024.
Segundo a PF, há indícios de que a contratação não observou a proposta mais vantajosa e de que os valores pagos estariam acima do preço de mercado. Dois contratos já analisados somam cerca de R$ 120 milhões.
O escritório da empresa Arki, localizada na rua Alberto Torres, no centro de Lajeado, também foi alvo de busca e apreensão durante a operação.
Os investigados podem responder por desvio de verbas públicas, crimes em licitações e contratos administrativos e lavagem de dinheiro. A ação mobilizou 92 policiais federais e três auditores da CGU.
Foto - Divulgação/PF e Governo RS

