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Campanha Biblioteca Solidária visa reestruturar acervos atingidos pelas enchentes no Vale do Taquari

Segunda, 29 de Julho de 2024
No total, 52 bibliotecas escolares e públicas foram atingidas na região, resultando em uma perda de mais de 300 mil exemplares e cerca de 20 mil alunos prejudicados.


Como resposta à destruição de 52 bibliotecas escolares e públicas do Vale do Taquari, causada pelas enchentes de maio deste ano, em junho foi lançada pela Editora e Livraria Kadernus, de Arroio do Meio, a Campanha Biblioteca Solidária. Idealizado pelo diretor da Kadernus, Carlos Jacó Hollmann, com o apoio profissional de Alan Diego Stevens, o projeto visa reestruturar as bibliotecas, repondo obras literárias e adquirindo novos mobiliários e computadores.

“Alguns dias depois da catástrofe, a gente recebeu alguns telefonemas de escolas nos pedindo doações de livros, porque a gente trabalha nesse meio e tem contato com praticamente todas as escolas aqui do Vale do Taquari, bem como com as prefeituras, Secretarias de Educação. Semelhante ao que aconteceu em setembro do ano passado, a gente logo se prontificou em fazer doações, mas diferente de setembro, o número desta vez foi bem mais expressivo, daí nós chegamos à conclusão que deveríamos fazer um levantamento para ver exato o número e o impacto causado”, explicou Carlos, afirmando que esta computação de dados foi realizada pelo seu colega.

“Quando nós iniciamos a campanha, havíamos apurado 37 bibliotecas, o que já era um número extremamente expressivo, impactante, mas logo na sequência recebemos a manifestação e o pedido de adesão de mais escolas. Posteriormente a gente também foi acrescentando as bibliotecas públicas e este número então alcançou 52. São cerca de 20 mil alunos que não estão tendo acesso gratuito aos livros, esse acesso que democratiza o conhecimento, então é uma perda cultural para a nossa comunidade”, completou Alan.

O acervo literário perdido com as cheias está estimado em mais de 300 mil livros, além dos demais materiais existentes nos espaços atingidos, como móveis e eletrônicos, segundo a organização da Campanha. O apoio à iniciativa pode ser feito por meio de doações de livros novos e usados, de mobiliário, computadores, bem como depósitos de valores para a conta bancária do Rotary Clube de Arroio do Meio ou por meio de PIX.

“Conversamos com várias pessoas e todos nos encorajaram para montar uma equipe para ficar à frente dessa campanha. E é claro, de imediato também fomos procurar o Rotary, levamos ao conhecimento deles esses números e já na primeira reunião, trataram desse assunto e de forma unânime, aderiram à causa, tanto que a organização do Rotary é dividida por distritos, e o distrito que Arroio do Meio pertence está junto com outros 61 clubes de Rotary,  que englobam inclusive várias cidades aqui do Vale do Taquari, mas também muitas cidades fora da região, e todo esse distrito vai apoiar e está apoiando a campanha, então temos já um apoio bem significativo, mas não seria ainda o suficiente perante o desafio”, esclareceu o idealizador da Campanha.

Além da divulgação do projeto, a organização também prevê dar visibilidade aos apoiadores da causa. O planejamento também envolve a logística, estabelecendo pontos de coleta, organizando a entrega, o armazenamento e a distribuição das doações. Todos os trabalhos podem ser acompanhados pelo Instagram da Campanha @sos.bibliotecasolidaria. “A gente está usando esse canal como meio de comunicação, divulgando quais objetivos a gente atingiu e se alguém quiser buscar contato, mandar mensagem lá no direct. Muitas vezes as pessoas não têm valores para doar, mas compartilhando uma postagem já é muito importante”, detalhou Alan.

O PIX da campanha, que é o e-mail sosbibliotecasolidaria@gmail.com, e os dados bancários também podem ser encontrados na página do Instagram. “Desde o início, a nossa maior preocupação foi com a questão da transparência, tanto que a conta bancária utilizada está no nome do Rotary, que tem essa credibilidade”, contou Carlos.

A meta de arrecadação do projeto é de R$ 3,12 milhões, sendo R$ 2,08 milhões para a aquisição de livros e R$ 1,04 milhão para a reposição de mobília e computadores. “Recebemos cerca de 4.500 livros até agora. A gente recebe doações de livros de braços abertos. Mas não é uma campanha de descarte, é um material que esteja em condições de ser utilizado. Se tiver uma marquinha ou outra, um aranhão ou outro não impossibilita a doação do livro, mas desde que ele esteja em condições de leitura”, ressaltou Alan, frisando a importância da qualidade dos livros doados.

“O acesso gratuito aos livros é muito importante, principalmente para aquela criança humilde, que muitas vezes os pais não têm a condição financeira de comprar um livro. Então, esse acesso gratuito ao livro democratiza o conhecimento e faz a diferença na vida de uma criança, quando nós falamos que muitas famílias não têm condição de comprar livros, não é comprar um único livro, é comprar semanalmente um livro. Infelizmente no Brasil, os livros são caros, essa é a realidade que precisa ser dita. A cultura parece que é elitizada”, lamentou Carlos.

Texto - César Augusto Husak
Foto - Lucas da Rosa

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