Sensibilizada com os reflexos causados pela pandemia da Covid-19, a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC Vale do Taquari) elaborou uma série de medidas de auxílio para agilizar a retomada das atividades empresariais. O material apresentado ao senador Luis Carlos Heinze ficou a cargo do membro do conselho consultivo da CIC Vale do Taquari e economista Oreno Ardemio Heineck. Ele levou em conta o desencaixe financeiro das empresas para estruturar-se para a quarentena: concessão de férias, atendimento de compromissos assumidos, a falta de geração de recursos pela parada dos negócios, bem como a preocupação com elevação das taxas de desemprego.

-A nossa proposta visa beneficiar empresas de micro, pequeno e médio portes que interromperam ou reduziram suas atividades, com limite de crédito no valor máximo equivalente ao capital de giro utilizado nos três meses anteriores à interrupção das atividades em março de 2020 (dezembro de 2019, janeiro e fevereiro de 2020.) Isso pode ser comprovado através de documentos contábeis pertinentes ou Declaração do Contador responsável pela contabilidade empresa. Heineck salienta ainda que o documento prevê um prazo para reposição de sessenta meses, incluída a carência, com o pagamento em prestações mensais cujo valor compreenderá capital e encargos financeiros. A origem dos recursos viria através da liberação do valor necessário, dos depósitos compulsórios dos Bancos operadores, junto ao Banco Central do Brasil; da equalização dos juros pela União: rubricas orçamentárias previstas para períodos de contingenciamento; do fundo segurador de adimplência: da União e do tomador do crédito, em partes iguais.

Também participaram da reunião online o presidente da CIC Vale do Taquari, Ivandro Rosa, o vice-presidente Gilberto Piccinini. O senador Luis Carlos Heinze afirmou que vai dar o encaminhamento das demandas, se comprometeu em buscar informações de linhas de crédito especificas para os empresários junto as instituições bancárias e de encaminhar o ofício ao presidente da República.

O senador solicitou informações da região sobre os prejuízos da estiagem. De acordo com Gilberto Piccinini, a seca está afetando o plantio das safras de inverno e as previsões não são animadoras. -Existe um temor da falta de água para as indústrias operarem-. Heinze solicitou a criação de um grupo formado pelas cooperativas da região com ações específicas para as integradoras (associado e empresa). -Quero ter em mãos dados técnicos do Vale do Taquari para elaborar com minha equipe um pacote visando principalmente a renegociação das dívidas dos produtores, com linhas especificas para quem produz frango e suíno. A economia tem que voltar a andar e vai começar pela agricultura.

Durante o encontro o senador sinalizou que a municipalização do Porto de Estrela está concretizada, bem como os estudos na Eclusa de Bom Retiro do Sul. Com isso vai ser possível buscar recursos financeiros para tornar o rio navegável. Ele abordou ainda o processo para a construção de uma hidrelétrica no local. Como última demanda pediu que a região apresente quais são as necessidades envolvendo a malha ferroviária. Heinze alertou que a renovação da concessão da Rumo, empresa responsável pela ferrovia, vence no próximo ano. Para ser renovada, a União quer ter um balanço de tudo que precisa ser investido. O presidente da CIC Vale do Taquari afirmou que a entidade vai providenciar os dados, com apoio de várias entidades.

Foto: Divulgação/CIC Vale do Taquari