
A comunidade encantadense e regional já pode comemorar: a obra de ampliação do Hospital Beneficente Santa Terezinha, que inclui a construção da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), entrou na fase de acabamento. Assim que forem concluídos os 10 leitos da UTI e a casa de Saúde obter a habilitação do Ministério da Saúde, o Hospital que hoje é de baixa e média complexidade, passará a ser de alta complexidade e com isso poderá realizar procedimentos mais complexos.
Conforme a assistente administrativa, Marilene Daltoé, 53 anos, ao todo o prédio tem oito andares, mas inicialmente serão utilizados apenas quatro deles. Os demais serão ocupados conforme a necessidade. -Hoje, junto com a ampliação do prédio, nós temos a reforma da lavanderia e da cozinha, que está andando concomitantemente. Em virtude disso, a farmácia irá para o prédio novo, no primeiro andar, pois o espaço em que ela está será ocupado pela cozinha-, explica.
Com uma área de 400 m², a lavanderia está parcialmente concluída, mas há 15 dias já está em funcionamento. Para o final de março está previsto o início da instalação do elevador.
UTI
O primeiro andar terá a farmácia, almoxarifado e várias salas administrativas. O segundo andar tem 910m² e abrigará os 10 leitos da UTI adulto. O espaço é composto por sala de espera e leitos, que no momento recebem as marcações. Nos próximos dias devem ser colocadas as divisórias de gesso, o piso e realizada a finalização elétrica e hidráulica. O local também terá leito de isolamento, salas de apoio e duas ilhas com postos de enfermagem.
No terceiro andar terá o Centro Cirúrgico e no quarto Centro Obstétrico. O bloco cirúrgico tem 987 m² e abrigará seis salas cirúrgicas, salas de recuperação, sala administrativa, sala de preparo e vestiários. Estes serviços já estão em funcionamento no Hospital, mas assim que o novo prédio ficar pronto, serão transferidos para a nova estrutura.
Evandro e Marilene acompanharam todas as etapas do projeto. -Em 2005, a comunidade começou a pedir pela UTI e aos poucos isso foi tomando uma proporção maior. Com isso nós percebemos que era uma necessidade para o Hospital crescer também. Hoje toda a equipe do Hospital está participando do crescimento direta ou indiretamente e assim participam da história desta ampliação que ficará para futuras gerações. Estamos muito felizes. Esse prédio e essa UTI são para a comunidade. Tem uma entidade privada por trás, mas é sem fins lucrativos, filantrópica, pois a entidade nasceu para isso, para atender a todas as pessoas na área da saúde-, ressalta Evandro.
Marilene cita que esta obra será um marco para o município. -Neste ano o hospital completa sete décadas e meia, então eu acredito que há 75 anos quando as pessoas construíram o Hospital sentiram o mesmo orgulho que nós estamos sentindo hoje. Eles construíram com a força de vontade e com a colaboração da comunidade e deve ter sido um marco para a cidade como será agora nos 75 anos. Como estamos prestes a finalizar esta primeira etapa nós ficamos cada vez mais ansiosos, pois é um sonho que está se tornando realidade. Vai ser um ano muito diferente porque vamos ver a obra ser concretizada-, salienta.
Recursos
Conforme o diretor do Hospital Beneficente Santa Terezinha de Encantado, Evandro Klein, 43 anos, todos os recursos para a obra, desde a estrutura e profissionais que atuam nela são próprios da Rede São Camilo, do Plano de Saúde São Camilo, Hospitais da Regional Sul da Rede São Camilo e do próprio Hospital Beneficente Santa Terezinha de Encantado.
Para a aquisição de equipamentos básicos, o Hospital conta com emendas, muitas delas já depositadas, em fase de licitação e também com recursos da Consulta Popular. -Recebemos R$ 607 mil da Consulta Popular de 2017/2018 e por isso agradecemos a comunidade pela ampla votação neste projeto. Esses recursos permitem trazer mais equipamentos para a UTI-, explica Klein.
Geração de empregos
Conforme o diretor, assim que a ampliação for concluída, o hospital precisará de médicos de várias especialidades, cerca de 20 técnicos de enfermagem e pelo menos quatro enfermeiros para atender as normas do Ministério da Saúde. Mas a ampliação da casa de saúde vai mexer com a economia local.
-Isso vai influenciar em empregos diretos e indiretos na região. A ampliação do Hospital, o Centro de Oftalmologia e o Centro de Reabilitação estão trazendo uma movimentação maior no comércio, nas lojas, nos supermercados e restaurantes. Além disso, quando a UTI estiver em funcionamento iremos receber pacientes de outras regiões e seus acompanhantes precisam descansar-, cita.
Leitos na região
Conforme levantamento da Coordenadoria Regional de Saúde, quando o projeto de ampliação foi construído, a região precisava de 20 leitos para a UTI adulto. -Os nossos 10 com certeza ajudarão bastante, mas precisamos destacar que nós não vamos atender apenas o Vale do Taquari. A partir do momento em que os leitos entrarem na regulação do Estado, eles serão do Estado, o que nos permite receber pessoas de todo o Rio Grande do Sul-, destaca Marilene.
Quando o espaço estiver todo estruturado e com os equipamentos, o Hospital solicitará a habilitação da Coordenadoria Regional da Saúde e do Ministério da Saúde. Somente após esta habilitação, a UTI poderá ser inaugurada.
Texto e foto: Elisangela Favaretto/Grupo Encantado de Comunicação