Presidente do Codevat avalia desafios da reconstrução e a concessão de rodovias

Desde junho de 2024, quando assumiu a presidência do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cintia Agostini tem liderado o processo de articulação regional da entidade em meio a desafios históricos. A gestão dela iniciou logo após os eventos climáticos do ano passado, com a região já mobilizada na reconstrução após as enchentes de setembro e novembro de 2023.
Em entrevista à Rádio Encantado FM 104.7, a presidente destacou o papel do Codevat na coordenação de demandas regionais, a discussão sobre a concessão de rodovias do Bloco 2 e a participação do conselho em eventos estaduais na semana passada.
“Eu já estava participando de todo o processo e do comitê criado para tratar das enchentes desde setembro de 2023. Como conselho, lideramos e nos associamos a essas pautas, sistematizando necessidades e dialogando com o Estado, especialmente com a Secretaria da Reconstrução”, explicou Cintia.
Segundo ela, a urgência da reconstrução envolve diversas frentes, desde infraestrutura até questões sociais. “Quando falamos de habitação, um dia é muito tempo para quem perdeu sua casa. Mas há um processo por trás disso, que exige planejamento e condições para entrega efetiva”, afirmou.
Um dos temas que mais mobilizam a região é a concessão de rodovias do Bloco 2, que inclui estradas do Vale do Taquari. Cintia enfatizou a necessidade de buscar um modelo justo para a sociedade. “Ninguém quer pagar pedágio, mas se a decisão do Estado é conceder, precisamos lutar pelo melhor projeto, que minimize impactos e maximize benefícios”, pontuou.
Apesar de reconhecer avanços no projeto, ela considera que a tarifa proposta é “impagável”. “Estamos falando da tarifa mais cara do Brasil. Já pagamos por muito tempo sem retorno efetivo. Precisamos de um maior aporte do Estado e de uma revisão nos impostos envolvidos. As prefeituras já sinalizaram que podem contribuir, mas a reforma tributária pode alterar essa dinâmica”, alertou.
A consulta pública sobre a concessão foi encerrada na segunda-feira (24), mas Cintia defende que as informações retornem para nova avaliação. “Precisamos entender se realmente queremos essa concessão nos moldes propostos”, destacou.
Conselho marca presença em eventos estaduais
Na semana passada, o Codevat marcou presença em dois eventos relevantes. Na segunda-feira (17), Cintia participou da instalação do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional 2025, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Segundo ela, o evento tem um papel fundamental na formulação de políticas públicas regionais. “O tema deste ano é crescimento sustentável, com eixos que incluem transição ecológica, sustentabilidade da indústria e do comércio, agricultura familiar e desenvolvimento social. Haverá encontros regionais, e um deles será na Região dos Vales, no dia 8 de setembro”, explicou.
Na sexta-feira (21), o Codevat esteve presente no 26º encontro anual dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), em Erechim. “Foi um evento enriquecedor. A consulta popular é um processo democrático exclusivo do Rio Grande do Sul. Embora precise de melhorias, é uma ferramenta essencial para descentralizar recursos e garantir que todas as 28 regiões do Estado recebam investimentos”, afirmou Cintia.
Segundo ela, o desafio agora é alinhar esse mecanismo ao planejamento estratégico da região. Com atuação intensa nos últimos meses, o Codevat segue articulando demandas e pressionando por soluções concretas para os desafios do Vale do Taquari. Cintia reforça que a entidade continuará mobilizada para garantir que as decisões políticas e econômicas atendam às necessidades da população. “Nosso compromisso é com um desenvolvimento equilibrado e justo para toda a região”, concluiu.
Texto - César Augusto Husak
Foto - Reprodução/Rádio Encantado