Desde o dia 07 de abril, o Hospital Beneficente Santa Terezinha de Encantado utiliza o prédio do Centro Oftalmológico para atender pessoas que apresentam sintomas respiratórios. O local possui médico e equipe de enfermagem que trabalham 24horas por dia. Além disso, foi adaptada uma ala específica do Hospital, com seis leitos, para os pacientes que necessitam internação por causa do coronavírus. A casa de saúde também conta com respiradores e todos os equipamentos de suporte à vida necessários para atendimento aos casos de urgência e emergência.

Diante do aumento de casos suspeitos e a preocupação com a segurança dos profissionais que trabalham no Hospital, no mês de março, a direção encaminhou o pedido de liberação do prédio do Centro Oftalmológico.

-Na segunda quinzena de março começamos a pensar onde poderíamos atender as pessoas com sintomas respiratórios. Inicialmente cogitamos manter esses atendimentos no Pronto Socorro com fluxo diferenciado, mas como o Estado suspendeu os atendimentos de oftalmologia solicitamos a liberação do Centro Oftalmológico para a Prefeitura Municipal de Encantado, que é dona do prédio e do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Taquari (Consisa VRT), que é o administrador. Assim que tivemos a aprovação deles, começamos a montar a estrutura-, explica a assistente administrativa, Marilene Daltoé.

O local foi adaptado para o atendimento específico de pessoas com sintomas respiratórios. -Todas as pessoas que têm febre, dor de cabeça e tosse seca serão atendidas neste setor. Nós já comunicamos o Serviço de Atendimento Móvel (Samu), a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Corpo de Bombeiros e as Prefeituras de Vespasiano Corrêa, Doutor Ricardo e Relvado para que os pacientes que apresentarem estes sintomas sejam levados até este local-, relata.

Ala para a Covid-19

Assim que o paciente ingressa no Centro Oftalmológico é recebido pela equipe de enfermagem, que se comunica com a recepção do Hospital por telefone. Como o sistema é integrado, logo é realizada a triagem e o atendimento médico. Para os casos mais graves, a direção organizou uma ala de internação específica no Hospital.

-A ala tem seis leitos e está estruturada para atender pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19 e que precisam ficar em isolamento. Se o caso for mais grave, a pessoa deverá ser encaminhada para alguma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Estado. Se houver um colapso na saúde e todos os leitos de UTIs estiverem ocupados, o paciente terá que ficar em Encantado até conseguirmos leito e para isso, teremos que utilizar os respiradores-, exemplifica.

Marilene explica que a equipe de enfermagem foi realocada de outros setores, já que todos os procedimentos eletivos foram suspensos. O Bloco Cirúrgico, por exemplo, atende apenas casos de emergência ou cesarianas e partos. A direção também precisou ir em busca de recursos para a contratação de um médico e agora existe a preocupação com a chegada do inverno, o que pode aumentar os casos de gripe e gerar internações.

-Pensamos este trabalho para dois meses, mas temos todo o inverno pela frente. Não sabemos se o Estado do Rio Grande do Sul irá manter as restrições e se realmente o isolamento social vai surtir efeito, achatar a curva e diminuir os casos, mas diante de tudo isso, um fator positivo é a vacinação contra a gripe que foi antecipada, pois a nossa Região sempre tem vários casos de Influenza-, aponta.

Hospital deve ser a última alternativa

Desde o dia 07, quando o serviço específico para atendimentos respiratórios entrou em operação, ocorre um aumento gradativo nos atendimentos, mas Marilene alerta que o Hospital deve ser procurado em último caso. -O paciente que tiver sintomas respiratórios deve ligar para a Secretaria da Saúde, pois o profissional dará as recomendações adequadas e fará o monitoramento.

O Hospital não deve ser a primeira opção do paciente, somente quando a situação for mais grave. Por isso pedimos que as pessoas respeitem as regras. Quem puder, deve ficar em casa, principalmente quem está no grupo de risco, e, além disso, que evitem aglomerações. Tudo ajuda neste momento, pois a gente não sabe o que está por vir-, destaca.

Respiradores

Com a pandemia do coronavírus, causador da covid-19, a procura por respiradores disparou. A doença causa febre, tosse e dificuldade para respirar. Por isso, algumas pessoas contagiadas podem precisar de internação e passar a respirar com a ajuda de aparelhos. Sem esse procedimento, os pacientes podem morrer.

Segundo levantamento da 16ª Coordenadoria Regional da Saúde existem 16 hospitais na região que disponibilizaram leitos para isolamento Covid-19. -São aproximadamente 100 leitos que poderão ser disponibilizados para internação conforme aumento da demanda do coronavírus no Estado. Quanto aos respiradores, recebemos a informação de que há 77 aparelhos nos hospitais da região-, cita o coordenador-adjunto, Ederson da Rocha.

Texto e foto: Elisangela Favaretto/Grupo Encantado de Comunicação