Leite defende coordenação nacional no processo de aquisição de vacinas contra coronavírus
A necessidade de uma coordenação nacional no processo de aquisição de vacinas contra o coronavírus foi uma das principais pautas do encontro desta terça-feira (3/11) entre governadores, inclusive o governador Eduardo Leite, e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.
-Pedimos aos presidentes Maia e Alcolumbre que façam a intermediação no sentido de abrir o diálogo com o governo federal e garantir que haja a aquisição das vacinas que mais rapidamente forem liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso na população, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI)-, explicou o governador Eduardo Leite.
Como o chefe do Executivo gaúcho já havia marcado uma audiência para esta terça (3) com o presidente da Câmara, os demais governadores solicitaram que também pudessem ter a palavra para dar coro ao pedido, de interesse de todos os Estados. A audiência com o presidente do Senado foi solicitada pelo coordenador do Fórum dos Governadores, Wellington Dias, chefe do Executivo do Piauí.
-Venho alertando que, se não houver coordenação nacional, todos sairão perdendo, e não será demais pensar que venhamos a assistir a episódios semelhantes aos das aquisições de respiradores, com atravessadores, valores diferentes e até pagamentos antecipados de produtos que não chegam. É importante que haja uma coordenação nacional e que seja alcançada aos Estados a vacina que mais rapidamente estiver pronta-, destacou Leite.
Está em discussão, em âmbito nacional, a elaboração de uma Medida Provisória para definir qual vacina será adotada e assegurar os recursos para o PNI. De acordo com Maia e Alcolumbre, as conversas com o presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto já foram iniciadas. -Ambos nos relataram que percebem sensibilidade e disposição do presidente para avançar no tema, e isso nos deixa com a boa expectativa de que a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan possa começar a ser aplicada na população em janeiro-, disse o governador.
O Instituto Butantan é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil, responsável por grande parte da produção de soros hiperimunes e grande volume da produção nacional de antígenos vacinais, que compõem as vacinas utilizadas no PNI do Ministério da Saúde.
-Tenho insistido que não se trata de uma vacina de um governador ou de outro. O Instituto Butantan em São Paulo é, há décadas, o fornecedor da maior parte das vacinas, é um instituto renomado e reconhecido, e essa vacina está sendo desenvolvida em parceria com um laboratório chinês, de onde já vem a maior parte dos insumos de vacinas utilizadas pela população brasileira. Não há motivo para preconceito e menos ainda para ser norteado pela questão política-, reforçou Leite.
Os governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Rodrigo Garcia (vice de São Paulo), Renato Casagrande (Espírito Santo), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí) e Gladson Camelli (Acre), entre outros, o deputado federal Pedro Paulo e secretários da Fazenda de diversos Estados também participaram das reuniões que, além da imunização contra o coronavírus, também trataram de questões fiscais.
Texto: Governo do RS
Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

